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2020-09-30

Convento da Arrábida, o impressionante guardião da serra

Convento da Arrábida, o impressionante guardião da serra

 

 

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À volta de uma lenda nasce um dos monumentos religiosos mais extraordinários do nosso país. O Convento da Arrábida, símbolo da harmonia entre a humanização da paisagem e a mãe natureza.

Subimos a Arrábida em direcção do topo. De repente, a seguir a uma curva mais apertada, já no alto da serra, afigura-se numa das encostas um salpicado de casas brancas que se assomam no meio da vegetação. É o Convento de Nossa Senhora da Arrábida.

Fundado em 1542 por Frei Martinho de Santa Maria, religioso castelhano da Ordem de São Francisco, a quem D. João de Lencastre, primeiro duque de Aveiro, cedeu as terras da Arrábida para que aqui pudesse fazer a sua vida eremita (juntamente com outros três freires).

A visita começa no largo mesmo em frente ao memorial a São Pedro de Alcântara (um dos freires que juntamente com Martinho de Santa Maria vieram fundar o convento). Num mote aos caminhos labirínticos que iremos percorrer, a simpática guia sugere que escolhamos um dos lados do memorial para iniciarmos a visita.

Memorial São Pedro de Alcântara

Memorial São Pedro de Alcântara

Do outro lado, depois de percorrermos um pequeno caminho e descermos algumas escadas chegamos à Igreja do Convento. Na sua fachada principal uma estátua original de um franciscano com toda a simbologia que marcava a vida destes religiosos.

Igreja do Convento da Arrabida

Igreja do Convento

Entramos na igreja, é pequena, tal como eram todas as da mesma ordem. Por cima do altar-mor uma pintura que simboliza a lenda de Nossa Senhora da Arrábida e que de certa forma deu origem, 300 anos depois, a este convento. Seguimos por dentro da igreja, por corredores que fazem lembrar cavernas e saímos num pequeno terraço com uma magnífica vista para o Atlântico e toda a encosta da serra.

Terraço do Convento da Arrábida

Um dos terraços do Convento da Arrábida

Continuamos pela encruzilhada de caminhos, escadas e corredores do Convento. Notam-se as várias intervenções feitas ao longo de mais de 500 anos. Em 1863 o Duque de Palmela comprou o convento e fez algumas construções e restaurações. Estas são visíveis nas decorações com pequenas rochas e conchas que ornamentam os arcos, as portas e os fontanários.

Recantos do Convento da Arrábida

Recantos do Convento da Arrábida

Ao longo do percurso vamos entrando em pequenas capelas de oração, nas minúsculas celas que davam abrigo e permitiam o recolhimento dos frades. É interessante ver algumas pequenas levadas que fazem parte de um discreto sistema hidráulico bastante elaborado que aproveita a água das pequenas nascentes que brotam dentro do recinto do convento e da chuva, que serviam depois para o consumo pessoal e rega dos jardins e o hortas.

Estas águas eram também aproveitadas no lavadouro ou na cozinha onde se confeccionavam as refeições e que ainda hoje podemos visitar. Ao lado da cozinha o refeitório e mais acima a biblioteca que possuía um espólio muito importante de edições que hoje, por questões de conservação, estão na Fundação Oriente.

Perto da biblioteca está uma das poucas peças de valor a que os frades se permitiram ter. É o relógio de corda (do século XVIII) que ainda hoje funciona.

Do convento fazem parte também as ermidas que se vêm mais acima na serra, mais acima, o chamado convento velho. São visíveis sete ermidas ao longo do cume que desce a encosta.

Convento velho

Convento velho

 

O Convento da Arrábida fica a cerca de 20 Kms de Setúbal.

 

Bertrand

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3 Comentários

  1. Adoro a zona da Arrábida! Infelizmente, a ultima vez que passeei nessa zona estava tanto nevoeiro que não vi nada eheh

    http://by-pattyy.blogspot.com/

  2. Edward Georn diz:

    Magnífico este convento.

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