“Ilha de santiago
tem corpinho de algodón
saia de chita com cordón
par de brinco roda pión” (Ilha de Santiago, Mayra Andrade)
Santiago tem tudo: simpatia, natureza e história. As pessoas fazem os lugares, e nesta ilha isto é uma verdade absoluta.
Da Cidade da Praia ao Tarrafal, do Porto Mosquito à Calheta de São Miguel, o povo é prestável e acolhedor. Desde a senhora que não se importa de nos levar a uma caixa Multibanco a umas boas centenas de metros a pé, ao homem que nos quer trazer caranguejos e lapas para trocarmos receitas, de cá e de lá ou até ao convite para tomar o pequeno almoço feito por locais que acabamos de conhecer. A simplicidade é uma riqueza.
Ao longo da costa as escarpas interrompidas por pequenas baías com praias de areia negra, no interior as altas montanhas verdes que têm o seu ex-libris na Serra da Malagueta. Por todo lado vêem-se culturas de milho, trazido pelos portugueses do Brasil, que juntaram ao cozido à portuguesa, dando origem à cachupa . Mas a gastronomia caboverdiana é mais do que cachupa, é o atum, a sapatinha, o cuscus ou os pasteis de São Domingos.
É nesta ilha que, a Sul, ficam a Cidade Velha e a Cidade da Praia, a antiga e a nova capital de Cabo Verde. Enquanto na Cidade Velha reina a calma e a história ainda enraizada nas ruas e nos monumentos, na Cidade da Praia vive-se o movimento agitado de uma capital, o frenesim do mercado de Sucupira ou o corre-corre do Plateau.
A Norte de Santiago, no Tarrafal, descobrem-se as poucas praias de areia branca da ilha, os melhores locais de mergulho e de observação de vida marinha. Ali perto, na Ribeira da Prata ou mais afastado na Pedra Badejo, as tartarugas desovam num impressionante cerimonial. Enquanto os machos ficam à espera no mar, as fêmeas vão à mesma praia onde nasceram deixar os ovos, as suas crias quando adultas, repetirão o mesmo ritual, no mesmo lugar.
Com o objectivo de proteger as tartarugas de possíveis predadores, existem equipas que recolhem os ovos das praias e os colocam em locais protegidos para que, depois de eclodirem, sejam devolvidos ao mar.
A Ilha de Santiago tem gente com alma, música e calor no coração.
(Fotografia de capa: Ribeira da Prata)
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Visitar Ilha de Santiago ou outro lugar, o importante é ir, porque "viajar é ir"...