Há mais de três mil anos, Akhenaton decidira abandonar Tebas, atual Luxor, e construir uma nova capital. A razão pela qual tomou essa decisão é um mistério até hoje, mesmo depois de descoberta a antiga metrópole de Tebas ninguém sabe porque abandonou esta “cidade de ouro”.
Luxor, era o coração político e religioso do Egito durante o Império Novo, o período de maior esplendor do Antigo Egito. Lar de faraós que construíram templos magníficos e túmulos imponentes para garantir sua imortalidade, dividia-se na margem oriental do Nilo, associada à vida (da realeza), e na margem ocidental, onde acreditavam que estava o além, associada ao reino dos mortos. Hoje essa divisão está bem patente quando se visita: de um lado a cidade vibra na outra margem o tempo corre mais devagar – principalmente fora da época turística.
Na margem oriental do Nilo, dois templos dominam a paisagem da cidade, o de Luxor no centro da cidade e o de Karnak, mais a norte. O Templo de Luxor, construído entre os anos 1400 e 1000 a.C. pelos faraós Amenhotep III e Ramsés II, foi dedicado ao deus Amon. Já no século XIII foi construída dentro do templo a mesquita Abul Hagague que ainda hoje existe. Foi, aliás, deste templo que saiu o obelisco da Praça da Concórdia em Paris, oferecido pelo vice-rei do Egito, Mehemet Ali em 1836.
A três quilómetros para norte fica o Templo de Karnak, outrora ligado ao de Luxor pela impressionante Avenida das Esfinges, este templo é o maior complexo de templos do Egito e, talvez, o mais impressionante dos monumentos (pelo menos para nós). Foi expandido ao longo de mais de 2000 anos por sucessivos faraós, entre eles Hatsepsut, Seti I, Ramsés II e Ramsés III, mostra-se grandioso com o Grande Salão Hipostilo, com mais de 5000 metros quadrados, tinha 134 colunas, elevando o teto (já inexistente) a cerca de 23 metros de altura. Ainda é possível ver o que resta de parte da Avenida das Esfinges (na imagem anterior), à entrada do templo, 40 esfinges com cabeça de carneiro perfilam-se.
Na margem ocidental do Nilo, onde o sol se põe, os faraós construíram os seus túmulos acreditando que ali começaria uma nova jornada para a vida eterna. O Vale dos Reis está no sopé da montanha Alqurn, que observada de qualquer ponto do vale parece uma pirâmide. Entre o primeiro túmulo, mandado escavar por Tutmés em 1504 a.C., e o último, construído por Ramsés XI, passaram mais de 500 anos.
No Vale das Rainhas onde estas foram sepultadas, está o de Nefertari, esposa favorita de Ramsés II, dizem ser um dos mais belos do Egito e tornou-se famoso pelas suas pinturas de cores vibrantes.
Muito perto dos vales está o majestoso Templo Mortuário de Hatshepsut, mandado erigir pela faraó Hatshepsut. Impressiona pela sua arquitectura que o integra na montanha fazendo com que pareça um único edifício.
Histórias que continuam a inspirar e a fascinar quem visita Luxor são as dos Colossos de Memnon, duas monumentais estátuas de pedra do Faraó Amenhotep III às quais os gregos deram o nome de Memnon. De acordo com a mitologia grega, é o filho mortal de Eos, a deusa da Aurora, morto por Aquiles. Segundo uma lenda, acreditava-se que uma das estátuas cantava. Um terramoto no ano de 27 a.C. destruiu a parte superior de uma das estátuas causando barulho no contacto do vento com o orvalho da manhã. Dizia-se que cantava pela destruição da outra estátua.
Falar de Luxor é falar do Nilo, não é que o Cairo ou outras cidades do Egito não tenham uma ligação com o rio – todo o Egito a tem – mas nesta cidade é diferente, o rio é a sua alma. O majestoso Nilo corre tranquilo, percorre-lo de feluca (barco tradicional) é uma experiência única, ao longo das margens campos verdejantes contrastam com o deserto ocre do deserto ao longe.
Grécia | 2024-05-03
Grécia | 2024-03-20
Visitar Luxor ou outro lugar, o importante é ir, porque "viajar é ir"...